segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Estilistas lançam grifes exclusivas para pessoas com deficiência física


Calça que se transforma em saia e calça jeans com elástico e velcro são algumas das peças criadas pelas grifes Lado B Moda Inclusiva e Lira, exclusivamente para pessoas com deficiência física.

As empresas, ambas no Estado de São Paulo, produzem roupas com modelagem mais solta e fechamento diferentes para facilitar o dia a dia desse público.

Segundo as estilistas que criam as peças, um cadeirante precisa de roupas com tecidos mais confortáveis e com opções de abertura e fechamento mais práticas por causa da sua limitação de movimento.
De acordo com o censo demográfico de 2010, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 45,6 milhões de brasileiros declararam possuir pelo menos uma das deficiências investigadas na pesquisa –mental, motora, visual e auditiva.

O levantamento aponta, ainda, que  3,6 milhões têm deficiência motora e 1,7 milhão sofre de deficiência auditiva.

Com sede em Sorocaba (99 km a oeste de São Paulo), a Lado B Moda Inclusiva é um projeto da fisioterapeuta Dariene Rodrigues, 35, que lançou a loja virtual em julho.

Com a experiência de 14 anos de profissão, ela percebeu que havia uma demanda forte nesse setor. "Sempre ouvi meus pacientes falando sobre a dificuldade de encontrar uma roupa", diz ela.

Rodrigues investiu R$ 40 mil no projeto, que incluiu a contratação de uma agência de publicidade (para desenvolver a marca), de um webdesigner (para criar a loja virtual), a entrada no pedido patente dos produtos e gastos com a parte de confecção de uma forma geral. 

A produção é totalmente terceirizada, desde o corte de roupas até a lavagem.

Desde julho, a grife já vendeu 30 peças. Atualmente, a Lado B Moda Inclusiva comercializa suas peças exclusivamente pela internet.

Em outubro ela vai oferecer os produtos para representantes comerciais de empresas do ramo da medicina e ortopedia.

Os modelos de bermuda custam, em média, R$ 158 e as calças variam de R$ 169 a R$ 197,40. A margem de lucro é de 40% a 50% e sua estimativa de retorno é de um ano a um ano meio.

A Lira, na capital paulista, foi fundada pelas amigas Julia Sato, 26, e Inaye Brito, 25, em 2010.

As duas começaram a trabalhar juntas no curso Têxtil e Moda da USP (Universidade de São Paulo) e foram finalistas (4º lugar) do Bezgraniz Couture Award 2012, concurso internacional de moda inclusiva, realizado em Moscou (Rússia).

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