segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Empresárias fazem lingerie especial para mulher que precisou retirar a mama


Há 30 anos, a prima de Myriam Sanchez, fundadora e sócia-proprietária da loja Mama Amiga, de São Paulo (SP), foi diagnosticada com câncer de mama e precisou ser submetida a uma mastectomia (retirada da mama).

As dificuldades não se limitaram ao tratamento da doença, que, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres.

Vaidosa, ela não encontrava produtos específicos para quem passou pelo procedimento. Foi quando Sanchez resolveu pesquisar mais o mercado e investir R$ 100 mil para abrir a empresa, em 1984.

Hoje, produz sutiã, biquíni e maiô, e fornece próteses para mulheres que precisaram retirar a mama. Os preços variam de R$ 192 a R$ 449. Ela diz que vende a média de 50 sutiãs e 60 próteses por mês, e que a linha representa 80% do seu faturamento.

Outra companhia que resolveu criar uma linha especial para atender a esse público foi a Ouseuse, de Juruaia (MG). A empresária Rosana Marques diz que investiu no negócio mais pelo apelo social. Hoje vende 2.000 peças por mês. Cada uma custa, em média, R$ 49,90.

As peças criadas para mulheres que foram submetidas a uma mastectomia são confeccionadas com um compartimento para que ela consiga encaixar a prótese e a mantenha mais segura na altura dos seios. 

Processo de criação das peças segue a moda
Para confeccionar as peças da Mama Amiga, Sanchez diz que avalia o que está na moda, como cor, tecidos, rendas e outros detalhes.

Ela afirma que acompanhou as dificuldades da prima, que não encontrava sutiãs coloridos e maiôs, apenas peças básicas. "Chegamos a ir ao Rio de Janeiro procurar peças na época." Por isso, hoje ela investe em design.

"A gente procura seguir as tendências para oferecer uma peça que se encaixe no perfil das nossas clientes. Tem alguns produtos que são concebidos conforme a demanda, pois a gente sabe que, se tem alguém pedindo uma determinada cor, é porque outras também procurarão em breve", diz.

No entanto, nem todos os pedidos das clientes são atendidos. "Se a pessoa pede um modelo inadequado, não produzimos. O sutiã, por exemplo, precisa atender à necessidade de ter um compartimento para colocar a prótese de silicone dentro", destaca Sanchez.


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