quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Parceria com Atala faz pequeno produtor de arroz atingir público chique Comente



 Filho e neto de agricultores, Francisco Ruzene, o Chicão, 47, resolveu mudar a forma como outras gerações administravam a produção agrícola da família para conquistar novos mercados. Ele deixou de plantar arroz-agulhinha, o mais consumido pelos brasileiros, para apostar em um tipo quase desconhecido por aqui: o arroz preto.

A novidade foi parar nas mãos do chef Alex Atala e, a partir daí, as vendas da Arroz Preto Ruzene decolaram.

Atala é dono do D.O.M., restaurante na capital paulista que ocupa o sexto lugar na lista dos 50 melhores do mundo, elaborada pela revista inglesa "Restaurant", segundo editores de publicações gastronômicas. A lista foi divulgada nesta segunda-feira (29). No ano passado, o chef ficou com o quarto lugar.

Enquanto participava de uma feira de alimentos em São Paulo (SP), em 2006, o produtor concedeu uma amostra do seu arroz preto a um consultor gastronômico que disse que levaria o produto até Atala.

No dia seguinte, Chicão recebeu um e-mail do chef dizendo que gostaria de conhecê-lo pessoalmente. "Não sabia quem ele era. Quando fui pesquisar, percebi que ele era o 'cara' que poderia me ajudar", afirma.

Atala diz que, ao provar o arroz percebeu que era um produto diferenciado e de alta qualidade. "Experimentei, gostei do sabor, da qualidade e de saber que era produzido por um pequeno produtor."

Durante o encontro, Atala disse que o arroz preto tem grande valor na alta gastronomia e que ajudaria o produtor a divulgá-lo. O D.O.M. se tornou o principal cliente de Chicão.

Posteriormente, outros restaurantes voltados às classes A e B –como o Cantaloup e o Mocotó, na capital paulista, e o Frontera Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ)– também passaram a comprar o arroz do agricultor.

"Com um bom 'padrinho' é mais fácil apresentar seu produto. Quando deixava amostras nos restaurantes e dizia que o Alex Atala era meu cliente, ganhava mais credibilidade", diz o produtor.

Inicialmente, o arroz preto era cultivado em uma área de cinco hectares na fazenda em Pindamonhangaba (a 156 km da capital paulista). Hoje, a área cresceu para 170 hectares, equivalente a 238 campos de futebol.

Além do arroz preto, o empreendedor cultiva outros tipos do grão, como o vermelho, arbóreo, basmati, jasmini, cateto e miniarroz. Por ano, a fazenda produz 1,5 tonelada de arroz. O valor do faturamento não foi divulgado.

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