A ascensão do jovem Marcus Rashford só vem a comprovar um fato conhecido há décadas; O centro de treinamento de Carrington, em Manchester, é um verdadeiro celeiro onde se cria grandes talentos. Desde a class of 92, a academia de futebol do Manchester United tornou-se referência mundial e passou a abastecer frequentemente o time principal. Tanto que, até setembro de 2015, o clube detinha o recorde de 3753 partidas consecutivas utilizando um jogador da base no time titular.
Vinte e quatro anos após o lançamento de Giggs, Scholes, Gary e Phil Neville, Nicky Butt e Beckham, Old Trafford volta a ser o palco de estreia daqueles que, em um futuro bem próximo, podem significar parcela considerável dos maiores talentos do futebol inglês – e até mundial.
Se em termos de metas e resultados a comissão vem deixando a desejar, no que diz respeito ao incentivo e o lançamento de joias da base, tem sido impecável! Sim, meus caros, a reformulação está estampada na cara, seja em razão da quantidade absurdas de lesões ou em decorrência de erro de planejamento, inúmeros são os jovens jogadores que já integram o plantel principal. O Manchester é sem dúvidas o gigante com maior número de sub-23 atuando no profissional. ” The Van Gaal babes” – em alusão aos Busby babes – são a maior esperança de futuro para o maior campeão inglês.
Mesmo que a política de contratações seja pautada na caça de jovens talentos, como Luke Shaw (19), Memphis Depay (21) e Anthony Martial (20), a produção caseira continua a todo vapor! Nomes como o de Borwthick Jackson (18), Varela (22), Lingard (23) e Januzaj (21) já se tornaram rotina nos arredores do velho teatro – o último, apesar de estar em baixa, é herdeiro da camisa 11 do lendário Giggs.
Os Red Devils acreditam que apostar em juventude é a única forma de manter a chama acesa sem deixar o clube perder sua identidade. Nesta sintonia, que tal conhecer um pouco mais sobre os principais diabinhos de Manchester? Tanto os que já atuam no time de cima, quanto os que a qualquer momento podem dar às caras por lá. Sob o comando de Warren Joyce, treinador do sub-21, e de Nicky Butt, recém nomeado gerente das categorias de base, o futuro do United é brilhante. Em mãos certas, esses pequenos fragmentos podem ser lapidados e transformarem-se em pedras preciosas.
1. Marcus Rashford
O garoto, de apenas 18 anos e 141 dias, assumiu o posto de mais jovem a marcar na história do Derby de Manchester, que há décadas pertencia a Giggs.
O jovem sensação da temporada chegou ao United em 2005, vindo do pequeno Moss Rangers. O peculiar é que, na época, o jovem esnobou o City em detrimento do clube que desde sempre foi torcedor, o United! Com passagens pelas seleções sub-16 e sub-18 e recém convocado para a sub-21, o garoto nunca foi muito badalado, mas sempre se consolidou como referência nas categorias de base do clube.
O lançamento dele no profissional ocorreu por uma série de fatores que só comprovam que tudo foi obra do destino. Com a lesão de Rooney, Martial tornou-se o único atacante disponível e o reserva imediato passou a ser Will Keane, destaque do sub-21, que também se lesionou dias após sua promoção. A vaga de reserva imediato passou, então, a ser do jovem Rashford, que estava sossegado e pouco badalado na reserva. Porém, logo na estreia, o garoto ganhou os holofotes quando viu Martial se lesionar no aquecimento para o jogo diante do Midtjylland. Van Gaal não titubeou ao apostar e o resto é história. Dois golaços.
2. Callum Gribbin
Atua como meio campista e faz basicamente todas as funções do setor, com um dinamismo único e muita visão de jogo. É o clássico meia com leves tons de modernidade em razão da boa capacidade de drible, condução de bola e recomposição. Já consolidado nas seleções de base do English Team, é questão de tempo vermos no time principal.
3. Talento canarinho lapidado em Carrington
Aos 20 anos e namorando com o profissional há um bom tempo, Pereira se destaca pela capacidade técnica e incrível precisão nos passes, lançamentos e tentos ao gol adversário. Ambidestro e cirúrgico em faltas/escanteios, o jogador é muitíssimo admirado por Juninho Pernambucano. Só isso, né? No Manchester desde 2012, é a grande referência de toda a base do clube. É um dos maiores candidatos a ser o próximo camisa 10 do United.
4. Fosuh Mensah
Mensah pode atuar como defesa central, lateral (direito ou esquerdo) ou volante. É, no caso, um Blind negro – só que com mais força e velocidade, lógico que não com a mesma classe e técnica do “ceguinho” (perdão pelo trocadilho infame). A capacidade física dele assusta, é um jogador de muita explosão e recuperação, o que fez o treinador Warren Joyce do sub-21 se encantar por ele. Como diria Alcione, é um verdadeiro príncipe negro feito à pincel.
O holandês já tem no curriculum algumas atuações pelo time principal, onde foi muito elogiado por Giggs e Rio Ferdinand.
5. Regan Poole
6. Joe Riley
E para fins de história, será que ele é identificado com o United? É prata da casa no sentido mais completo possível da terminologia.
No time principal, atuou como lateral esquerdo e, apesar de ser destro, não deixou a desejar em nada. Energético, incisivo, determinado e aguerrido, o jogador chamou muita atenção nas duas atuações que teve, sobretudo diante do Shrewsbury Town, pela FA CUP. A posição de origem dele é o meio campo, costuma jogar bem aberto pelo lado esquerdo, o que talvez justifique sua facilidade em jogar na lateral.
7. James Weir
8. Sean Goss
Outros nomes poderiam facilmente ser inclusos, como os de Dean Henderson, o goleiro do sub-18 ou de Joel Pereira, do sub-21. Também o belíssimo defensor de 18 anos, Axel Tuanzebe merece menção tanto quanto o atacante Fletcher, de 21 anos, que tem sido visto de perto por Ryan Giggs e Van Gaal.
9. McGhee
Enfim, conhecida a pífia política de contratações do Manchester United comandado por Ed Woodward, resta ao torcedor o otimismo de saber que o futuro do clube é brilhante! Em boas mãos, talentos como estes podem ser lapidados e se tornarem um dia aquilo que a última belíssima geração, aposentada recentemente, representou para o maior campeão inglês.
Se o presente é difícil e o futuro é incerto, ter pratas da casa nesse nível e quantidade é indício de que talento não haverá de faltar nos gramados do velho teatro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário